sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Relâmpago

Eu preciso de um relâmpago.
Sim, esse flash enorme de luz que clareie essa escuridão toda, ainda que só por um instante, pra eu saber o que é que tem na minha frente.
No momento, só há escuridão.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Poucos bobos, muitos tolos e um globo

Meu livro favorito é o "O Dia do Curinga" de Jostein Gaarder, o mesmo autor do mundialmente conhecido, "O Mundo de Sofia". Em ambos os livros, e também em outros deste mesmo autor, a literatura se mistura com a filosofia e com questionamentos do tipo "Quem somos?", "De onde viemos?" e "Para onde vamos?", mas de uma forma tão gostosa que te envolve e quando começamos o livro não queremos mais parar. Pelo menos com "O Dia do Curinga" é assim.

Não pretendo fazer um resumo do livro pois acho que seria reduzir demais uma história que merece ser lida na íntegra.Mas pretendo sim transmitir aquilo que o livro me passou e que eu me esforço pra lembrar todo dia.

O Curinga na história não é um mero acessório que serve para dar um título legal ao livro, mas sim representa o que seria o filósofo. Ele é aquele que, dentre uma infinidade de cartas que são de paus, de ouros, de espadas ou de copas, se diferencia por não estar limitado por nenhum desses padrões. Entrando um pouco na história do livro, enquanto as outras cartas do baralho são alienadas na sua existência, ou seja, simplesmente existem sem se perguntar o porquê disso, o Curinga busca saber quais são suas origens, busca conhecer o Universo que está ao seu redor, busca se entender. E é esse o elemento fundador de um filósofo, é essa busca pelas respostas de perguntas que ninguém mais parece perguntar; perguntas sobre o próprio ser humano, perguntas sobre o Universo em si, os clichês por muitas vezes ironizados do "De onde eu vim?" ou o "Para onde vou?". Esses são questionamentos que pertubam e não deixarão de pertubar o filósofo, pois, para o autor (e eu tomo isso para mim) filósofo não é aquele que tem todas as respostas, mas aquele que faz todas as perguntas em busca do conhecimento. É aquele que quer saber sempre mais, esse é o verdadeiro filósofo.
Para isso, seria necessário que o filósofo adotasse a visão de um bebê ou uma criança que admira o mundo ao seu redor como se cada coisa fosse nova e interessante, e de fato o é, mas a "racionalidade" da idade adulta, esse acostumar-se com as coisas ao redor, faz com que nos esqueçamos disso. Por isso que o filósofo é um Curinga, pois "o Curinga é o único que não se deixa enganar". Ele não se deixa enganar pela rotina e pelo costume, mas sim se espanta com e se interessa quando vê o mundo e a infinidade de coisas fantásticas que há nele.

Para podermos ter noção de como só o fato de estarmos aqui na Terra, vivendo-a e a experienciando, é um fato incrível, o autor nos faz pensar que se temos 2 pais, 4 avós, 8 bisavós e assim por diante, houve inúmeros momentos no passado que ameaçaram a existência de cada uma das pessoas que hoje vive, mas nem por isso nos atentamos para este fato, o fato de que só de estarmos aqui, vivos, já seria motivo suficiente para se embasbacar diante do Universo, e nem assim a maioria das pessoas dá a mínima atenção para ele.

Por isso "O Dia do Curinga" é meu livro favorito e uma leitura obrigatória, na minha opinião, porque ele é um livro que te diverte, mas ao mesmo tempo que te cutuca e te faz pensar, faz rever todo o mundo ao seu redor, até sua própria forma de viver. É um livro que me incomoda, que me tira da zona de conforto, me inverte a razão e me pergunta:

E aí, você vai ser um tolo ou um Curinga?

domingo, 12 de setembro de 2010

Encaixe

pouco, porém muito.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Teoria #2 - O tempo e seus efeitos

Já há muito tempo o tempo é discutido por diversas pessoas e abordando diversas facetas deste voraz monstro que tudo engole!
Eu vou me aventurar nessa viagem pelo tempo junto com outros muito melhores que eu que já falaram a respeito dele, mas faço isso humildemente, respeitando meu próprio raciocínio e minhas limitações. É uma refelexão simples e descompromissada, espero que a leitura seja boa, pelo menos! Allons-y!


Existem aqueles momentos nos quais estamos na companhia de uma pessoa muito querida, ou fazendo algo que nos dá muito prazer ou em alguma outra situação na qual as horas passam voando, todo mundo já passou por uma situação dessa e a isso, não sei quem deu esse nome, mas me foi citado pelo John, daremos o nome de hipercompressão temporal. Dentro do mesmo raciocínio temos a situação inversa, na qual estamos fazendo algo muito chato, esperando alguma coisa, etc etc etc o tempo se arrasta e o que era para ser uma espera de "meia-horinha" parece um dia completo. Pois é, a isso daremos o nome de hiperdilatação temporal.

Ok, todos já passamos por ambos os tipos de situações, isso não tem nada de novo e você já está se perguntando "Por que eu to lendo isso?". Aí que entra minha teoria.

A partir de uma análise breve da vida e de um raciocínio simples, eu teorizei (Não concluí. É uma coisa a ser posta em discussão) que esses momentos de hiperdilatação e hipercompressão temporal afetam diretamente nosso organismo e a nossa fisiologia. "WHAT?" Sim, é isso mesmo! Vou explicar melhor, com um exemplo:
Você trabalha num emprego que não te agrada. Todo dia você faz a mesma coisa e as horas se arrastam enquanto você está dentro daquela sala. Supondo que você trabalhe 6 horas por dia (se deu bem, pelo menos não são 8h!!) mas tenha impressão de que passa, digamos, 8 horas lá dentro (claro que isso não é facilmente mensurável, mas é só pra entender melhor) o que eu quero dizer é que, na verdade, para seu organismo, suas células, seus órgãos e etc, de fato se passaram 8 horas e não apenas as 6 horas que rodaram no relógio. Entendeu agora? "Hmm..."

Pois é, essa discrepância entre o tempo sentido e o tempo "real" pode ser maior ou menos de acordo com a atividade e tal, mas o negócio é que, essas duas horinhas acumuladas por dia por essa pessoa, ao final de, sei lá, 20 anos de carreira dá uma bela carga horária, então, enquanto a pessoa viveu 40 anos, o organismo dela já viveu bem mais do que aquilo. Por isso vemos pessoas que tem 40 anos e parecem ter 60, enquanto há outras que tem 50, mas parecem ter 30, pois o inverso também serve. Claro que isso envolve outros fatores, como cuidados com saúde, alimentação e etc, mas eu acho que essa relatividade (malz aí Einstein, não tem muito a ver com você não) do tempo é desconsiderada ou pelo menos subconsiderada.


Poderia enrolar mais e explicar mais do mesmo, mas acho que deu pra pegar, certo?

Talvez vocês discordem, talvez vocês concordem, mas a idéia é essa, propor uma discussão ou pelo menos uma reflexão, daí pra frente só depende de você acreditar ou não e tomar atitude, ou não, a respeito disso!

Um abraço a todos!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

A arte de estar bem sozinho

Uma era glacial depois, aqui venho eu postar no blog de novo... A verdade é que não me faltaram idéias de posts, na verdade tenho algumas engavetadas, mas me falta a disposição de concatenar essas idéias e transformá-las em post. O que não preciso fazer com a idéia desse post, que vai ser escrita numa paulada só. Hey ho, vocês sabem...


Minha mãe está viajando. O que é relativamente comum, já que ela passa só uns 3 dias fora dando curso e tal. No dia-a-dia eu quase não a vejo, saio cedo, volto tarde e só a encontro quando ela já está dormindo ou quando ela me acorda de manhã.
Embora nos vejamos pouco durante a semana, a simples não-presença dela em casa faz muita falta e faz com que eu me sinta um pouco mais só do que o normal e aí fico mais deprê, mais carente de amigos e, por que não dizer, carente do colo de uma moça também. E aí que entra a questão desse post: Por que é tão difícil estar feliz quando se está só? Ou ainda, por que nossa própria companhia não nos é o bastante?

Pois então, vamos lá! Não esperem um tutorial de como ser feliz sozinho porque isso eu não vou dar, afinal, acabei de dizer que estou justamente neste mesmíssimo barco neste momento. O intuito desse post, na verdade, é inexistente, é um post que se esgota em si mesmo.

De acordo com Rousseau, o ser humano é um ser sociável por natureza e não poderia discordar dele nesse ponto. Desde que somo pequenos nós nos juntamos aos outros pequenos, voluntaria ou involuntariamente, e vamos dividindo nossa experiência e vivência com eles, explorando cada nova possibilidade que a vida nos oferece. Vamos crescendo e nos inserindo em variados grupos, vamos fazendo amigos e ficando dependentes deles para dividir alegrias, angústias, confidências e experiências. Esse é um processo que dura a vida inteira e que, desde o nascimento da Internet, do msn, orkut e afins, foi intensificado, pois antes as pessoas se relacionavam apenas quando se viam e eventualmente pelo telefone, mas agora, chegamos em casa e vamos responder os recados do orkut, vamos pro twitter pra ver o que os outros estão fazendo e colocar lá o que estamos fazendo, sempre mantendo esse contato com o resto do mundo, com o resto das pessoas do mundo. Com isso, ficamos cada vez mais dependentes das relações sociais pois é a partir da nossa inserção nelas que adquirimos nossa identidade, que vemos em qual grupo estamos inseridos e a partir disso vemos quem somos.
Esse é um dos principais motivos pelo qual não ficamos bem quando estamos sós, porque é no sentimento de pertença ao grupo que nos vemos como o "eu". E alguém pode vir e dizer "Mas eu não ando com grupo nenhum, sou excluído e mesmo assim não me sinto bem quando fico só". Pois então meu pequeno nerd anti-social, os grupos que estão ao nosso redor servem para que nos identifiquemos como indivíduo através de características comuns e etc, mas também podem nos ajudar a enxergar quem somos de forma negativa, ou seja, justamente pela contraposição que fazemos em relação a um grupo que não pertencemos. Vou exemplificar: Eu sei quem sou eu quando estou com meus amigos, conversando sobre assuntos que nos são comuns e etc. Defini minha identidade aí. Mas também sei quem eu sou quando estou perto de, por exemplo, garotinhos de calça laranja, verde-limão e amarela conversando sobre Fiuk, Restart, Cine entre outros e vejo que, de forma negativa, ou seja, pela não identificação com aquele grupo, sou alguma coisa que não aquilo, que não um membro daquele grupo, me ajudando também a me ver como um indivíduo. Pegou??!

E aí outro pode vir e me dizer: "Cara, não é por nada não, mas eu sou muito tranquilo e fico super bem, tanto quando estou rodeado de amigos quanto quando estou sozinho em casa ouvindo Radiohead." Eu só tenho uma coisa a dizer pra você: Meus parabéns! Você chegou num nível de auto-conhecimento e auto-confiança no qual você se basta, você está bem o suficiente consigo mesmo e não precisa se achar em ninguém, nem muito menos achar alguém que "te complete". Se alguém acha que precisa achar alguém pra se completar, desiluda-se ou você só vai acabar encontrando outras pessoas-metade que não vão resolver seu problema. Olhe para dentro, descubra o ser inteiro que você é e eventualmente você vai conhecer outro(s) ser(es) inteiro(s) com quem vai valer a pena se relacionar.
Mas lembre-se, o importante é você ser um, é você ser você por inteiro. Quando chegarmos nesse nível, nós aqui, reles mortais que não estamos lá ainda, vamos olhar para nós mesmo e não vai nos faltar nada!


Mas a estrada é longa! ;D


Seguindo a linha Invisible Happiness e Filosofando a Marteladas aí vai um quote:

"Happiness is only real when shared" - Alex Supertramp

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Nostalgia

Hoje foi um dia daqueles. Não foi horrível, até fiz algumas coisas legais, mas foi um dia no qual tudo que eu queria que acontecesse, simplesmente não aconteceu. No fim do dia, estou sozinho em casa e sinto todo o peso desse "estar só". Não é a primeira vez que me sinto assim, nem a segunda nem a terceira, esse sentimento é um velho conhecido, bem como seu significado: não estou satisfeito com minha vida. Quando estou de bem com a vida, satisfeito em relação a como a estou levando, não há dias de solidão que me façam sentir assim. Mas quando não estou satisfeito, até as melhores companhias dos melhores amigos parecem insuficientes.

Então, aproveitei esse meu momento a sós comigo mesmo e me pus a pensar no que mudou desde aquela época em que eu me sentia realmente feliz e nada podia me abalar. Quais caminhos, quais decisões, quais escolhas me fizeram chegar aonde estou hoje? Devo concordar comigo mesmo quando chego à conclusão que houve escolhas que teria mudado, que teria feito diferente. Perdi contato com muitos amigos realmente queridos que hoje (talvez) pensem que eu me afastei de propósito. Não, não foi de propósito, embora a culpa tenha sido minha, ou nossa. Vamos vendo que estamos nos afastando, mas nenhum de nós faz nada, e a distância vai aumentando, como um trem que parte da estação, mas numa marcha muito lenta, você vai sentindo ele se afastar aos pouquinhos, mas quando se dá conta ele já se perdeu no horizonte.

Ah, sem dúvida esse é um dos motivos pela minhas insatisfação com minha própria vida hoje. Meus amigos são 80% de mim, e os que acabam ficando no caminho são, cada um, um membro que faz falta na minha caminhada na vida. Mas não é só isso. Aos poucos estou perdendo também a jovialidade. Estou perdendo a capacidade de me divertir sem pretensões, sem ter um porquê. Acho que estou num processo que todos passam, e do qual eu sempre quis fugir: estou virando adulto. E o pior tipo de adulto: chato, ranzinza, mal-humorado, mente fechada. Virar um adulto é inevitável, e não devemos fugir disso. O grande segredo, já ouvi muitas pessoas mais velhas dizerem, (e ouçam os mais velhos... Com os ouvidos que ouvem!) é aproveitar cada fase da sua vida. Quando for criança, seja criança. Quando for jovem, seja jovem. E assim vai! Cada fase tem seus bônus e seus ônus, o desafio é saber aproveitar os bônus e minimizar os ônus.

Amanhã eu farei isso! Amanhã eu volto pra minha luta pra me tornar um adulto legal, um adulto do jeito que eu gostaria de ser. Aproveiar minha "adultisse". Mas hoje, hoje eu quero ser o Henrique da 8a série, quero ser o Henrique do 3o ano, quero ser o Henrique brincalhão, amigo, leve, solto, despojado.. Quero de novo a convivência com todos aqueles com os quais não convivo mais... Quero não saber o que fazer da vida e não me cobrar por isso... Quero entrar numa escola nova.. Quero ter meu primeiro beijo...Quero ter meu primeiro amor... Quero fazer meu primeiro vestibular...

Acima de tudo, quero que todos meus amigos, distantes e presentes, sintam-se abraçados com todo amor do mundo que eu conseguir reunir. Vocês são e sempre serão minha base. Obrigado por existirem.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Resoluções de ano novo

2010 começou sem muita coisa nova, pelo menos não pra mim. Tirando o fato de o mundo parecer que se esqueceu que o fim eh soh em 2012 e estar entrando em colapso já no início desse ano, pouca ou nenhuma coisa aconteceu de novo. Entre as coisas que não mudaram está minha inabilidade ou incapacidade de escrever algo interessante ou inteligente nesse blog, pelo menos não em 15 dias, e isso me fez pensar em todas as resoluções e promessas de ano novo que eu já fiz, não só as as de 2010, mas dos outros anos também.

Esse ano eu me propus a postar mais aqui no blog (cá estou eu fazendo um post 30 minutos depois da minha dead line), me propus a voltar a praticar exercícios regularmente, me propus a estudar e ler mais, dentre outras coisas. Repassando essa lista e comparando-a com as de anos anteriores eu vejo que elas são iguais ou muito similares, ou seja, eu nunca cumpri satisfatoriamente minhas promessas de início de ano, mas quais seriam as causas?

Uma grande amiga minha responderia que promessas de fim/início de ano são fadadas ao fracasso e eu acho que ela está certa, porque o que nos motiva a fazer essas promessas é aquela esperança de que no ano vindouro as coisas sejam diferentes, que tudo mude e que as coisas aconteçam de forma diferente do ano anterior. Aí chega o ano novo, as coisas não mudam e junto com o ano passado vai embora também a ilusão da novidade; percebemos que no fim das contas o ano só mudou pq alguém decidiu contar 365 dias e falar que depois disso voltaríamos ao 1 em vez de continuar contando. É assim que morrem as promessas de ano novo, junto com o ano velho, junto com a ilusão da novidade.

Não por isso temos que aceitar que nada muda e ficarmos parados, afinal eu estou aqui, atrasado mas estou escrevendo! Isso porque eu sei que não é o ano novo que vai mudar as coisas e fazer eu voltar a nadar, correr, voltar a estudar e a ler. Não, essas são coisas que só eu posso fazer. Então vou fazendo - em baby steps pra não me atrapalhar na caminhada- as coisas a que me propus e pra isso conto com vcs também! Cobrem de mim, e cobrem de si mesmos um 2010 diferente!

Um feliz ano NOVO para todos! De novo!