quarta-feira, 11 de agosto de 2010

A arte de estar bem sozinho

Uma era glacial depois, aqui venho eu postar no blog de novo... A verdade é que não me faltaram idéias de posts, na verdade tenho algumas engavetadas, mas me falta a disposição de concatenar essas idéias e transformá-las em post. O que não preciso fazer com a idéia desse post, que vai ser escrita numa paulada só. Hey ho, vocês sabem...


Minha mãe está viajando. O que é relativamente comum, já que ela passa só uns 3 dias fora dando curso e tal. No dia-a-dia eu quase não a vejo, saio cedo, volto tarde e só a encontro quando ela já está dormindo ou quando ela me acorda de manhã.
Embora nos vejamos pouco durante a semana, a simples não-presença dela em casa faz muita falta e faz com que eu me sinta um pouco mais só do que o normal e aí fico mais deprê, mais carente de amigos e, por que não dizer, carente do colo de uma moça também. E aí que entra a questão desse post: Por que é tão difícil estar feliz quando se está só? Ou ainda, por que nossa própria companhia não nos é o bastante?

Pois então, vamos lá! Não esperem um tutorial de como ser feliz sozinho porque isso eu não vou dar, afinal, acabei de dizer que estou justamente neste mesmíssimo barco neste momento. O intuito desse post, na verdade, é inexistente, é um post que se esgota em si mesmo.

De acordo com Rousseau, o ser humano é um ser sociável por natureza e não poderia discordar dele nesse ponto. Desde que somo pequenos nós nos juntamos aos outros pequenos, voluntaria ou involuntariamente, e vamos dividindo nossa experiência e vivência com eles, explorando cada nova possibilidade que a vida nos oferece. Vamos crescendo e nos inserindo em variados grupos, vamos fazendo amigos e ficando dependentes deles para dividir alegrias, angústias, confidências e experiências. Esse é um processo que dura a vida inteira e que, desde o nascimento da Internet, do msn, orkut e afins, foi intensificado, pois antes as pessoas se relacionavam apenas quando se viam e eventualmente pelo telefone, mas agora, chegamos em casa e vamos responder os recados do orkut, vamos pro twitter pra ver o que os outros estão fazendo e colocar lá o que estamos fazendo, sempre mantendo esse contato com o resto do mundo, com o resto das pessoas do mundo. Com isso, ficamos cada vez mais dependentes das relações sociais pois é a partir da nossa inserção nelas que adquirimos nossa identidade, que vemos em qual grupo estamos inseridos e a partir disso vemos quem somos.
Esse é um dos principais motivos pelo qual não ficamos bem quando estamos sós, porque é no sentimento de pertença ao grupo que nos vemos como o "eu". E alguém pode vir e dizer "Mas eu não ando com grupo nenhum, sou excluído e mesmo assim não me sinto bem quando fico só". Pois então meu pequeno nerd anti-social, os grupos que estão ao nosso redor servem para que nos identifiquemos como indivíduo através de características comuns e etc, mas também podem nos ajudar a enxergar quem somos de forma negativa, ou seja, justamente pela contraposição que fazemos em relação a um grupo que não pertencemos. Vou exemplificar: Eu sei quem sou eu quando estou com meus amigos, conversando sobre assuntos que nos são comuns e etc. Defini minha identidade aí. Mas também sei quem eu sou quando estou perto de, por exemplo, garotinhos de calça laranja, verde-limão e amarela conversando sobre Fiuk, Restart, Cine entre outros e vejo que, de forma negativa, ou seja, pela não identificação com aquele grupo, sou alguma coisa que não aquilo, que não um membro daquele grupo, me ajudando também a me ver como um indivíduo. Pegou??!

E aí outro pode vir e me dizer: "Cara, não é por nada não, mas eu sou muito tranquilo e fico super bem, tanto quando estou rodeado de amigos quanto quando estou sozinho em casa ouvindo Radiohead." Eu só tenho uma coisa a dizer pra você: Meus parabéns! Você chegou num nível de auto-conhecimento e auto-confiança no qual você se basta, você está bem o suficiente consigo mesmo e não precisa se achar em ninguém, nem muito menos achar alguém que "te complete". Se alguém acha que precisa achar alguém pra se completar, desiluda-se ou você só vai acabar encontrando outras pessoas-metade que não vão resolver seu problema. Olhe para dentro, descubra o ser inteiro que você é e eventualmente você vai conhecer outro(s) ser(es) inteiro(s) com quem vai valer a pena se relacionar.
Mas lembre-se, o importante é você ser um, é você ser você por inteiro. Quando chegarmos nesse nível, nós aqui, reles mortais que não estamos lá ainda, vamos olhar para nós mesmo e não vai nos faltar nada!


Mas a estrada é longa! ;D


Seguindo a linha Invisible Happiness e Filosofando a Marteladas aí vai um quote:

"Happiness is only real when shared" - Alex Supertramp

2 comentários:

Poeta Idealista disse...

há momentos que eu prefiro ficar em casa ouvindo radiohead.

mas é tudo questão de fase.

Comentador Fiel disse...

Acho que nunca vou chegar nessa fase de ficar bem sozinho.